"Comprar na Cidade é Investir no Futuro de Todos", Defende Comerciante
Antes de sair para comprar fora, valorize o comércio local.
O período de fim de ano é tradicionalmente marcado por uma intensa movimentação no comércio, mas em Santa Isabel, 2024 tem mostrado um cenário diferente. Apesar da esperança de um aumento no faturamento, comerciantes enfrentam desafios como a queda no poder de compra dos consumidores e a pressão do aumento de custos.
De acordo com Framerson Duarte, que é dono de uma loja de roupas, calçados, entre outros acessórios com mais de 500 metros quadrados no centro de Santa Isabel, as vendas deste ano segundo o proprietário têm apresentado uma ligeira redução. Ele atribui isso à menor capacidade de consumo das pessoas, que se tornou evidente com a busca cada vez maior por produtos que aliam qualidade a preços competitivos. “Os clientes estão mais exigentes e atentos ao custo-benefício”, observa.
A economia local também desempenha um papel crucial nesse contexto. Framerson reforça que, sem o dinheiro circulando dentro da própria cidade, a dinâmica comercial fica comprometida. “É essencial que a economia local esteja aquecida para impulsionar as vendas e, consequentemente, fortalecer o comércio”, afirma.
Para driblar as dificuldades, ele tem investido em estratégias que incluem um forte apelo às mídias sociais e a criação de um ambiente agradável em sua loja, de modo a atrair e fidelizar clientes. Além disso, promoções pontuais e eventos com produtos-chave ajudam a movimentar o estoque e estimular as vendas. Na linha de produtos, a moda feminina desponta como destaque, com tendências como tecidos de linho e tons “off” liderando as preferências dos consumidores.
Mas os desafios vão além da atração de clientes. A contratação de mão de obra qualificada é uma das maiores dificuldades enfrentadas por Framerson. Segundo ele, encontrar funcionários com responsabilidade e competência é um obstáculo constante, especialmente em épocas de maior demanda, como o Natal.
Outro entrave é lidar com a inflação e o aumento dos custos operacionais. Para mitigar esses impactos, Framerson tem reduzido sua margem de lucro para evitar repassar totalmente os custos ao consumidor final. “É um desafio equilibrar as contas sem prejudicar o cliente, mas às vezes é inevitável”, desabafa.
Apesar dos percalços, o comerciante ainda nutre expectativas moderadas para este fim de ano. Ele espera um crescimento de 10% no faturamento em relação ao ano passado, embora admita que a tarefa não será fácil. Na realidade, sua previsão mais conservadora é de manter os níveis de receita registrados em 2023.
Quando questionado sobre iniciativas da Prefeitura ou de associações comerciais que possam apoiar o comércio local, Framerson foi enfático: “Infelizmente, não”. Contudo, ele reconhece a importância de parcerias entre comerciantes e já está em contato com a Associação Comercial para viabilizar projetos conjuntos no futuro.
"Com 25 anos de experiência no comércio, sendo os últimos 6 em Santa Isabel, posso afirmar que os desafios aumentam a cada dia. A evolução e a adaptação às mudanças, especialmente no campo da tecnologia, são indispensáveis para não ficarmos para trás.
Entretanto, um dos maiores obstáculos é a concorrência desleal, como a pirataria, que é um problema grave e complexo. Infelizmente, acredito que as autoridades locais ainda não têm tomado medidas efetivas para combater essa situação. Antes de sair para comprar fora, valorize o comércio local. Cada compra feita aqui ajuda a fortalecer a economia da nossa cidade e contribui para um futuro melhor para todos", concluiu o empresário.
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